Diante das facilidades oferecidas pelo governo paraguaio para a instalação de indústria, empresários brasileiros ganham munição para cobrar o governo por medidas mais vantajosas ao setor produtivo. "Até quando vamos continuar errando, com tantos encargos, tributos e burocracia sobre as empresas? No Paraguai, é possível abrir ou fechar uma empresa em 30 dias e, aqui, demora um ano", diz o vice-presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Londrina (Sindimetal), Ary Sudan.
O diretor geral do Moinho Globo, Paulo Florencio, afirma que o peso da arrecadação de impostos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional pulou de menos de 28% antes do ano 2000 para 36% em 2013, o que mostra a redução da competitividade das empresas nacionais. Ele também criticou a burocracia verde e amarela. "O que me chamou a atenção nos paraguaios foi a receptividade para investimentos, o nível profissional e a qualidade técnica que oferecem durante todo o processo", diz.
Para o diretor da MGL Mecânica de Precisão, Marcus Vinicius Gimenes, o empresário brasileiro não quer substituir o investimento de onde vive para levar ao exterior, mas precisa se mexer. "Não vamos tirar o emprego do Brasil, mas tirar um pedaço do processo de produção daqui para baratear os custos, e ganhar competitividade no produto final, quando juntarmos tudo", diz. (F.G.)
Fonte: Folha de Londrina, 30 de junho de 2014; fetraconspar.org.br