O candidato a presidente do PT, Fernando Haddad. (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters)
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Linhas cruzadas PT e PSDB acreditam que Fernando Haddad (PT) vai ultrapassar Ciro Gomes (PDT) e se isolar na segunda colocação da eleição presidencial em até dez dias. Por motivos opostos, ambos têm pressa. Os petistas querem diminuir o desconhecimento de Haddad, acreditando que, assim, ele irá melhor nas simulações de segundo turno contra Jair Bolsonaro (PSL). O tucanato, por sua vez, diz que só quando a ida do PT à última fase da disputa se tornar um risco real, o apelo ao voto útil fará sentido.
Amigo oculto O último Datafolha mostrou que ainda há uma avenida para Haddad percorrer nas faixas do eleitorado que são mais afeitas a Lula. Entre os que ganham até dois salários mínimos, por exemplo, 48% não sabem quem é o candidato indicado pelo ex-presidente.
Sonho meu Integrantes da campanha do PSDB têm esperança de que, com a projeção de Haddad x Bolsonaro no segundo turno, seja possível até retomar o debate sobre a unidade das candidaturas de centro e um pacto de não agressão na reta final para preservar Alckmin —isso, claro, se o tucano subir nas pesquisas.
Navegar é preciso Os aliados do PSDB têm feito o possível para evitar o clima de jogo perdido. Após o novo Datafolha, lembraram que, em 2014, Aécio Neves (PSDB-MG) cresceu nos últimos 12 dias. Um dado, porém, alarma até os mais otimistas: 3%, o índice de intenção de votos de Alckmin na pesquisa espontânea.
Mente sã O presidenciável dos tucanos tem feito questão de não transparecer tristeza. Mesmo cansado, mantém programação intensa. Seria uma forma, diz quem o conhece há tempos, de não concentrar todos os pensamentos só nos problemas.
#Magoou Declaração de Ciro Gomes a “O Globo” fez do pedetista persona non grata entre militares. Ele disse que, se fosse presidente, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, seria demitido e “provavelmente pegaria uma cana” por ter dito que a legitimidade do próximo mandatário pode ser questionada.
Soldado Villas Bôas é muito querido nas Forças. Ele tem uma doença degenerativa, mas segue à frente do Exército, de cadeira de rodas e respirador, com o respaldo dos pares.
Fonte: Folha de S.Paulo/Fetraconspar, 17 de setembro de 2018.