Com o aumento da inflação nos últimos anos, o brasileiro passou a carregar mais dinheiro no bolso. Quase metade da população (44%) leva diariamente mais de R$ 50 para gastos em espécie, segundo o Banco Central.

 

O dado faz parte da pesquisa "O brasileiro e sua relação com o dinheiro", realizada em abril e maio de 2013. No levantamento anterior, em janeiro e fevereiro de 2010, 12% carregavam valores acima de R$ 50.

 

Segundo o BC, em 2010, a média de cédulas na carteira das pessoas somava R$ 36,02. Em 2013, chegou a R$ 54,06. A mediana (valor verificado no centro da amostra) passou de R$ 20 para R$ 30. Nesse período, a inflação acumulou variação de cerca de 30%. COMÉRCIO A pesquisa do BC mostra que apesar de o brasileiro estar carregando mais dinheiro, essa forma de pagamento caiu proporcionalmente ao uso de cartões. Ao realizar a pesquisa também com representantes do varejo, verificou-se que o dinheiro em espécie era a forma mais frequente de pagamento em 67% dos locais em 2010.

 

Esse porcentual caiu para 57% em 2013. No caso do cartão de crédito, subiu de 22% para 35%. O débito recuou de 6% para 4% como forma mais utilizada, enquanto o cheque se manteve como 1%. Houve aumento na utilização de cartões de débito, de 55% dos locais em 2010 para 69% em 2013, e de crédito (de 58% para 67%).

 

O uso do cheque se manteve em 27% O dinheiro ainda responde pela maior parte dos pagamentos, mas sua participação no total das vendas caiu de 62% para 55% nesses três anos. Esse espaço foi ocupado pelos cartões, com aumento de 20% para 26% no crédito e de 12% para 14% no débito. O porcentual de pagamentos em cheque caiu de 4% para 3%. MOEDAS O levantamento mostra também que o uso de moedas ficou praticamente estável. Passou de R$ 3,81 para R$ 4,03 na média e se manteve em R$ 3 na mediana. A cada dez moedas recebidas, seis são usadas no dia a dia e quatro ficam guardadas em casa.

 

Em 2010, a relação era de sete utilizadas para três que vão para "cofrinhos ou gavetas", segundo o BC. A notícia positiva, neste caso, é que as pessoas estão deixando as moedas guardadas em casa por menos tempo. "Dos que têm o hábito de deixar em casa ou no trabalho, maior parcela (46%) fica fora de circulação por apenas uma semana", diz o BC.

 

PESQUISA

A pesquisa do BC foi realizada em abril e maio de 2013, por meio de abordagem pessoal e domiciliar, com 1.012 pessoas nas capitais brasileiras e em 61 cidades com pelos menos 100 mil habitantes. A margem de erro é de três pontos porcentuais e a confiança é de 95%.

 

As comparações foram feitas com levantamento de 2010 realizado com 1.044 questionários.

 

 

 

Fonte: Bem Paraná, 03 de julho de 2014; fetraconspar.org.br