Estado registra 1.174 concorrentes, sendo 64 com domicílio eleitoral em Londrina; pleito atrai pelo menos 60 vereadores
Um a cada cinco candidatos do Paraná exerce no dia a dia a profissão de empresário ou advogado. Comparativamente, o quadro destoa do cenário nacional, onde a maioria dos políticos exercem funções bastante diversas, de acordo com as estatísticas fornecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os homens públicos paranaenses também são mais estudados quando comparado com a média brasileira: praticamente 50% tem ensino superior completo, enquanto, em nível nacional, chega a 46,11%.
Os números consultados foram atualizados pelo TSE às 16h48 de ontem. Entretanto, pode haver novas inclusões de políticos "deixados para trás" por suas legendas e após o julgamento dos pedidos de impugnação.
Pela estatística do TSE, 24.368 pessoas se candidataram para as eleições deste ano. Destes, 22 para a Presidência e Vice-Presidência da República; 342 para governador e vice; e 540 para senadores e suplentes. Os 23.464 restantes tentarão uma cadeira de deputado federal, estadual ou distrital.
No Paraná, são 1.174 na disputa: 16 para governador e vice; 24 para senador e suplentes; 317 para a Câmara Federal e 817 para a Assembleia Legislativa (AL) do Paraná.
A estatística permite elaborar qual o perfil do candidato brasileiro que vai tentar conquistar seu voto até outubro deste ano. A maioria são homens, entre 35 e 64 anos, com superior completo ou não. Grande parte é profissional liberal, como médico ou advogado, empresários e servidores públicos.
Na composição das chapas, a predominância de 70% de homens indica que as legendas apenas cumprem obrigação legal de 30% de mulheres – o que sequer é atingido de fato, conforme consta no gráfico ao lado.
As estatísticas também permitem comprovar que boa parte de quem já tem mandato eletivo tentará se manter na vida pública. No Brasil, 1.065 deputados e 1.042 vereadores voltam às urnas este ano. No Paraná, pelo menos 60 vereadores tentam a Assembleia Legislativa ou a Câmara Federal. Os números, entretanto, ainda podem ser maiores, já que nem todos os políticos se declaram como tal no momento em que informam a "ocupação". Há políticos que optam por informar suas profissões de fato.
No período de campanha, Senado e Câmara Federal adotam regimes diferenciados de funcionamento, de modo a interferir menos nos trabalhos legislativos e mantendo a maioria dos eleitos ao invés dos suplentes. Porém, também respinga nos legislativos municipais: mesmo que os candidatos não se afastem das funções legislativas, uma eventual eleição acaba mudando a cara da Câmara Municipal, com a posse de suplentes.
Eleger-se deputado federal é relativamente mais fácil no Paraná, indica o levantamento no site do TSE: são 10,5 nomes para cada uma das cadeiras do Estado em Brasília. No cenário nacional, são 12,8 candidatos por vaga à Câmara Federal. Nas assembleias legislativas, a concorrência é parecida: 15,13 por vaga no Paraná contra 15,35 no Brasil. No Paraná, são 30 cadeiras de deputado federal e 54 de deputado estadual.
LONDRINA
Três a cada quatro candidatos paranaenses moram em dez dos maiores centros urbanos do Estado, de acordo com a lista provisória de candidaturas por domicílio eleitoral divulgada ontem pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná. As 10 cidades concentram 870 dos 1.151 nomes da lista estadual. Somente a capital, Curitiba, é a casa de 613 políticos. O segundo maior reduto de candidatos é Londrina, que tem 64 candidatos.
Além de oito parlamentares londrinenses na ativa, entram na lista ex-vereadores, como Tito Valle (PMDB), que não foi reeleito para a atual legislatura; e Zezinho Fisioterapeuta (PDT), ex-assessor de acessibilidade do governo Barbosa Neto (PDT). Também há nomes menos conhecidos, mas ligados ao cenário local, como Janaína Vanessa Campos Schneider (PTB), mulher do presidente da Sercomtel, Christian Schneider.