Quem precisa dar entrada no seguro-desemprego, têm encontrado dificuldades no Rio de Janeiro. Filas enormes têm se formado nos postos de atendimento do Ministério do Trabalho. Desde a madrugada desta quarta-feira (16) a equipe do Bom Dia Rio percorreu três postos, sendo dois no Centro do Rio e um em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e ouviu várias reclamações.

 

Na agência existente na Central do Brasil, no Rio, as filas começaram a se formar às 16h de terça-feira (15). Em São João de Meriti, a situação é ainda mais grave, pois a fila dá voltas no pátio da região, com dezenas de pessoas que passaram a noite e a madrugada na porta do posto de atendimento. Os desempregados também têm problemas para agendar o pedido do benefício pelo portal Mais Emprego.

 

Muita gente dormiu no chão e passou frio durante a noite, como conta Carlos, que já esteve no posto três vezes e não conseguiu ser atendido. A fila dura mais de 12 horas e o posto de atendimento só abre às 8h.

 

Carlos, que já esteve no posto três vezes e não conseguiu ser atendido e lamenta a situação.

 

"A gente tem de madrugar aqui e continuar tentando. Ganhei uma senha que foi preparada pelo pessoal da fila. A gente mesmo que faz a senha para chegar lá dentro organizado", contou o desempregado que chegou à fila às 18h de terça-feira  e espera ser atendido desta vez e sair do posto por volta das 10h desta quarta-feira (16).

 

Uma outra desempregada reclamou da falta de respeito com as pessoas que necessitam e têm direito ao benefício. “A gente é obrigada a passar a noite para dar entrada no documento. Se não chegar cedo, não consegue. É humilhante, é desumano. A gente tem de passar muito frio durante a noite, não tem água e nem banheiro, para poder ser atendido. Me sinto humilhada”, reclamou .

 

Um outro trabalhador conta que chegou às 18h10 de terça-feira e que era a quarta vez que estava entrando na fila para tentar se atendido no posto do Ministério do Trabalho.

 

A maior preocupação dos trabalhadores é que o prazo para dar entrada no auxílio é de até 120 dias. Ou seja, se demorar muito, eles podem perder o direito ao seguro.

 

 

 

Fonte: G1, 17 de julho de 2014; fetraconspar.org.br