Reunião para assinatura de acordo é prevista para esta quarta-feira (12).
Paralisação atingiu 21 unidades estaduais e afetou pesquisas.
Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em greve desde o dia 26 de maio, decidiram pelo fim da paralisação, em assembleias realizadas na tarde desta segunda (11) e terça-feira (12). A informação foi confirmada pelo Sindicato Nacional (ASSIBGE).
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, as cinco unidades do Rio de Janeiro, Espírito Santo,Maranhão, Roraima, São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Alagoas, Amapá, Goiás,Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia e Distrito Federal retornarão ao trabalho nesta quarta-feira (13).
Até 14h30, Rio Grande do Norte e Paraíba não haviam confirmado, no entanto, em torno de 16h30, informaram sobre a posição favorável ao fim da paralisação. De acordo com o IBGE, há uma reunião marcada na manhã desta quinta-feira (13) para a assinatura do acordo firmado na última quinta-feira (8).
Segundo o sindicato, "o acordo com a direção do IBGE inclui a recomposição do trabalho e pagamento dos dias parados da greve, além dos grupos de trabalho paritários sobre carreira/salários e trabalho temporário".
Na quarta-feira (6), o IBGE propôs que dois grupos de trabalho fossem montados para discutir melhorias para a categoria, que serão apresentadas ao governo federal em janeiro próximo. Eles terão metade de membros indicados pela direção do IBGE e a outra metade à escolha do sindicato. A ideia é que uma turma discuta a migração da carreira do IBGE para carreira de gestão.
Reinvindicações
Durante a paralisação, que atingiu 21 Unidades Estaduais, o sindicato reivindicou que o instituto fosse tratado como órgão de Estado e não de governo. Os servidores pediram ainda autonomia técnica, reforço no orçamento condizente com plano de trabalho, valorização salarial e patamar do ciclo de gestão.
Cortes serão discutidos
Ainda segundo ASSIBGE, houve unanimidade em todo o país pela realização de uma campanha de reintegração dos trabalhadores temporários que não tiveram seus contratos renovados durante a greve, com denúncia pública, apoio financeiro e jurídico da categoria.
"Nós temos um saldo muito negativo, que tem a ver com as demissões. É uma questão absolutamente inaceitável. Só recuamos por avaliar que não temos mais como avançar sobre essa questão. A direção se mostra intransigente a essa questão”, afirmou a diretora-executiva do Sindicato Nacional dos funcionários do IBGE (ASSIBGE-SN), Ana Magni.
"Vamos seguir fazendo todos os esforços para rever essas demissões porque acreditamos que os trabalhadores têm o direito de se manifestar, independente de seus contratos. Vamos seguir nessa batalha (…) vamos continuar pela via judicial e fazendo denúncias”, afirmou Magni.
Negociação
Magni acrescentou que houve avanço na negociação com a direção do órgão a respeito dos servidores. "Nós achamos que houve alguns avanços. Desbloqueamos a pauta sobre a questão da carreira e do trabalho temporário, o que prova a necessidade de concurso, que é algo que vai ser debatido na casa nos próximos meses", declarou a diretora-executiva.
Na quinta-feira (8), a direção do IBGE realizou uma reunião para propor ao sindicato a assinatura de dois termos de acordo, envolvendo os seguintes pontos: funcionamento dos grupos de trabalho sobre carreira/salários e sobre trabalho temporário; e pagamentos dos salários descontados e reposição dos dias parados.
"Seguimos necessitando de concurso, mais orçamento e ambiente mais democrático na casa, estando em greve ou não", completou Magni.
Ainda segundo o ASSIBGE, a proposta afirmava também que "se houvesse retorno ao trabalho até a quarta-feira (13), ainda seria possível pagar o mês de julho na próxima folha de pagamento". Sobre os salários dos meses de maio e junho, o IBGE negociava com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.
Dados incompletos
Pelo segundo mês seguido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou no dia 24 de julho, os dados sobre o desemprego no país de forma incompleta - consequência da greve de seus servidores. Foram apresentados apenas os dados completos das regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo em junho. Ficaram de fora as regiões metropolitanas de Salvador e Porto Alegre.
Fonte: G1, 13 de agosto de 2014; fetraconspar.org.br