Candidato à Presidência da República pelo PSB, ex-governador de Pernambuco morre aos 49 anos
Candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Henrique Accioly Campos, 49 anos completados no domingo passado, morreu ontem vítima de um acidente aéreo em Santos, às 10 horas da manhã. O jatinho no qual estavam Campos, quatro assessores e dois pilotos havia partido do Rio de Janeiro. Tentou pousar na base aérea da cidade do litoral paulista, mas precisou arremeter. Caiu logo em seguida. Ninguém que estava a bordo sobreviveu. Seis pessoas em solo ficaram feridas levemente, uma delas um bebê. Chovia na hora da queda.
As causas do acidente, ainda desconhecidas, estão sob investigação. Candidata à reeleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) decretou luto nacional de três dias e afirmou que o Brasil perdeu um político que "poderia galgar os mais altos postos do País". Nome do PSDB ao Palácio do Planalto, Aécio Neves disse que Campos "fará uma falta imensa".
Deputado estadual, federal, ministro de Ciência e Tecnologia do governo Luiz Inácio Lula da Silva e governador de Pernambuco por dois mandatos, Campos tinha 9% das intenções de voto, segundo as mais recentes pesquisas. Buscava, no momento, se tornar mais conhecido.
Renata Campos, mulher de Eduardo Campos, procurou manter uma atitude de firmeza ontem diante dos cinco filhos e das dezenas de familiares, políticos e amigos que durante o dia estiveram na casa da família, na zona norte do Recife. Pessoas que estiveram com ela dizem que Renata se mantinha serena - no início da noite, contudo, era possível vê-la pelo muro da casa com ar de choro. "Não estava no script", dizia Renata a quem a abraçava.
Campos será enterrado no mesmo túmulo do avô, o ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes. Para a historiadora Maria Celina D’Araújo, equivalente à tragédia de ontem, "só a morte de Tancredo Neves".