O rendimento médio mensal real de todos os trabalhos ficou em R$ 1.681, valor 5,7% superior à média do rendimento apurado em 2012 (R$ 1.590), mas cresceu mais fortemente entre os mais ricos, mostram os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por causa disso, o processo de redução da desigualdade de renda parou desde 2011. 

 


"Para o Índice de Gini (que mede a concentração de renda) melhorar, a gente precisaria que as pessoas que fazem parte das camadas mais pobres passassem a ter aumentos superiores às populações que fazem parte dos mais ricos. Não é o que a gente está observando", afirmou a gerente da Pnad, Maria Lucia Vieira. 



Isso ocorreu na década passada. Desde 2005, a renda média mensal tem aumento real todos os anos, mesmo nos anos de baixo crescimento econômico, como em 2009 e em 2012. O rendimento dos que ganham menos avançou mais rapidamente, mas o quadro mudou em 2012 e 2013. 



No ano passado o rendimento médio real dos 10% mais pobres ficou em R$ 235, 3,5% maior do que em 2012. Os empregados pertencentes à classe dos 10% de rendimentos mais elevados viram a média de renda real subir 6,4%, para R$ 6.930. Maria Lucia disse que é preciso ter atenção aos reajustes do salário mínimo. 



Para a economista Sônia Rocha, pesquisadora do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), pode estar havendo elevação dos salários dos trabalhadores mais qualificados por conta da escassez de mão de obra de maior qualidade.

 

 

Fonte: Folha de Londrina, 19 de setembro de 2014; fetraconspar.org.br