ex-senadora Marina Silva afirmou nesta segunda-feira, em evento do Rede Sustentabilidade no Rio, que, até a segunda quinzena de março, o partido vai entrar com um novo pedido de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A legenda quer recolher mais 100 mil assinaturas, com o objetivo validar ao menos 42 mil.

 

A sigla tentou se oficializar ainda em 2013, mas os ministros da Corte negaram a solicitação por conta do número insuficiente de assinaturas validadas. Agora, o partido precisa de mais 32 mil para chegar às quase 500 mil necessárias para conseguir o registro.

 

Marina Silva reclamou que o Rede Sustentabilidade não terá direito a tempo de TV e a fundo partidário, o que não aconteceria se tivesse sido aprovado o registro em 2013. Isso porque a presidente Dilma Rousseff sancionou naquele ano uma lei que inibe a criação de novos partidos. Com ela, o fundo partidário e o tempo de TV só estarão disponíveis às novas agremiações depois que elas participarem da primeira eleição.

 

- Nós coletamos para o registro da Rede 910 mil assinaturas. Infelizmente, pelas razões que vocês conhecem, muitas das nossas fichas foram anuladas e não conseguimos o nosso registro a tempo de usarmos os mesmos benefícios da lei que foram dispostos aos partidos que foram cunhados recentemente. A forma de cancelar as nossas assinaturas injustamente nos fez ir para um sistema em que a Rede provavelmente não terá o tempo de TV e fundo partidário como outros partidos têm - afirmou a ex-senadora em evento no Rio, onde foram recolhidas 10,5 mil novas assinaturas desde que o registro do Rede Sustentabilidade foi negado. A meta no estado é recolher 20 mil.

 

No discurso, Marina criticou a presidente Dilma Rousseff, sem citar o nome da adversária na eleição do ano passado.

 

- Não se pode fazer um discurso para ganhar e outro para governar. É preciso ter coerência e fazer aquilo que é necessário - disse ela, afirmando que o Rede terá uma posição de independência. - Vivemos uma grave crise econômica que precisa ser enfrentada com transparência, com medidas que não é o mundo cor de rosa do marketing eleitoral e que a população tinha o direito de saber que problemas graves estavam acontecendo em relação à nossa economia - completou.

 

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Marina disse que o país passa por um grave problema ambiental e citou a crise hídrica e de energia:

 

- Teria de ter sido feito racionamento antes, mas não se podia dizer porque era período eleitoral. Às vezes, o estadista paga o preço para poder fazer as coisas da forma correta, mas, em nome do Estado e do interesse publico, sei que é um debate que a sociedade precisa fazer.

 

Estiveram presentes ao evento o deputado federal Miro Teixeira e o vereador Jefferson Moura.

 

 

FONTE: O Globo, 27 de janeiro de 2015; fetraconspar.org.br