Serviços relacionados ao setor e contratação direta fazem cidade ter melhor desempenho estadual em janeiro, com 1,5 mil postos de trabalho

 

Descrição: Marcos Zanutto/13-8-2014

Na construção civil, o saldo (admissões menos demissões) foi positivo em 403 empregos, em janeiro


 

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Serviços relacionados ao setor imobiliário e ao telemarketing, além da construção civil, foram os setores que puxaram a criação de empregos em Londrina em janeiro e fizeram com que a cidade tivesse com o maior número de postos de trabalho criados no Estado. Foram 1.556 admissões a mais do que demissões, o que também representou um avanço de 59% ante as 978 do mesmo mês de 2014, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). 

O setor de serviços representou 1.336 vagas a mais em janeiro. Somente o subsetor de "comércio e administração de imóveis, valores mobiliários e serviços técnicos" teve alta de 1.241 postos de trabalho no mês. A construção civil também representou elevação de 403 empregos. 


 

Ainda, segundo a secretária de Trabalho, Emprego e Renda de Londrina, Kátia Gomes, duas empresas de telemarketing passaram a atuar na cidade, o que elevou a o oferta de vagas no Sistema Nacional de Emprego (Sine) a uma média de 1,8 mil nos últimos meses. Por fim, a indústria da transformação contratou 279 pessoas a mais do que demitiu no mês, puxada pela indústria têxtil e de vestuário, com 136. 

 

No Paraná, os tipos de atividades que mais influenciaram os números de janeiro são semelhantes às de Londrina, mas houve desaceleração no saldo em relação ao mesmo mês de 2014. Foram 6.713 postos nos primeiros 31 dias deste ano ante 11.991 no período de 2014, desaceleração de 44%. No País, houve queda de 81.774 empregos. 

 

O economista Francisco Castro, do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), afirma que os resultados estaduais surpreenderam e podem indicar uma certa resistência do mercado de trabalho diante do cenário econômico ruim. "Foi puxado por serviços, que está atrelado à construção civil no Paraná. O que mais cresceu foi administração de imóveis", diz. 

 

Para a secretária do Trabalho de Londrina, a visão nas construtoras é de que a cidade ainda tem potencial de crescimento. "Temos uma expectativa de reação diferenciada do mercado em Londrina, porque a cidade vem recuperando a credibilidade e temos investimentos capitaneados para cá, além da aprovação do plano diretor, que mostra uma demanda reprimida de investimentos", afirma Kátia. 

 

Outra vantagem local é a infraestrutura para serviços ligados à tecnologia da informação (TI), que atraiu empresas como o Grupo Contax e a Vikstar. Juntas, diz a secretária, ambas reúnem cerca de 3 mil funcionários e ainda há contratações. "Londrina, pela questão da estrutura e da fibra ótica da Sercomtel, vai ser exportadora de serviços relacionados a TI." 

 

O economista do Ipardes diz que questões sazonais também interferem nos números do início do ano e que é cedo para dizer se o cenário deve melhorar ou piorar. "Estamos em processo de mudança da equipe econômica do governo federal, que anunciou que teremos um ajuste fiscal forte, que tende a gerar desemprego", cita. 

 

Castro lembra que a indústria da transformação também surpreendeu e que uma das justificativas para que o setor têxtil tenha se destacado é a desvalorização do real frente ao dólar. "Foi um dos setores que mais sofreu ao longo do tempo pela questão cambial e pode estar se recuperando."


Fonte: Folha de Londrina, 03 de março de 2015; fetraconspar.org.br