Economista e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcelo Curado diz que o aumento da alíquota do ICMS não chegará "100%" ao consumidor. Segundo ele, tendo em vista o atual cenário econômico do País, os empresários terão de arcar com parte deste custo, sob pena de perder venda. "Depende daquilo que chamamos da elasticidade da demanda", declara. Noutras palavras, o impacto será maior nos produtos de primeira necessidade e menor nos supérfluos. "Nunca chega 100%", afirma. Ele ressalta que aumento de impostos nunca é bom. Mas que, devido à gravidade da crise do Paraná, tornou-se um mal necessário. "A melhor forma de fazer o ajuste seria com corte de gastos, mas no curto prazo é complicado", considera. 

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), Valter Orsi, diz que o aumento da alíquota vem num momento delicado da economia nacional e, por ser no começo do ano, fica mais difícil de o comerciante repassar o custo para o preço do produto. "Apesar disso, eu gostaria de ressaltar um lado positivo de que o governo se mostrou sensível a negociar", declara. Para ele, não há alternativa. "Vamos ter que aceitar (o aumento)." De acordo com Orsi, os empresários vão acompanhar a evolução da receita e cobrar a volta da alíquota antiga quando for possível.
 


Fonte: Folha de Londrina, 02 de abril de 2015; fetraconspar.org.br