Polêmica
A ação de grupos pedindo a intervenção militar foi motivo de confusão em algumas cidades que tiveram protestos no domingo (12). Em Porto Alegre, um grupo formado por cerca de 50 pessoas munidas de faixas e um carro de som formaram um bloco isolado do resto dos participantes para defender a volta das forças armadas ao poder.
Em determinado momento, os manifestantes que exigiam o impeachment, e não a intervenção, passaram a chamar o grupo pró-militar de “golpistas”. Temendo o confronto, a polícia fez a escolta do grupo pró-militar, afastando-os dos demais manifestantes.
Situação semelhante ocorreu na Boca Maldita, em Curitiba. Próximo do fim do ato, manifestantes do Movimento Brasil Livre (MBL), usando um carro de som, reclamaram de notícias que os colocavam “no mesmo balaio de quem pede a volta dos militares”. O comentário foi suficiente para que um grupo de apoiadores da intervenção militar partisse em direção ao carro de som, gritando xingamentos. O início de tumulto foi controlado por outros manifestantes, que ajudaram a acalmar os ânimos.
Para o cientista político Fabrício Tomio, professor da UFPR, a participação de grupos defensores da intervenção militar pode ter contribuído para que um número menor de pessoas participasse dos protestos. “Ao que parece, a a maior parte dos manifestantes não é muito simpática a grupos que defendem pautas extremas, como a intervenção militar”, diz.
Fonte: Gazeta do Povo, 13 de abril de 2015; fetraconspar.org.br