Pesquisa da Acrefi em parceria com a TNS Brasil apontou que o padrão de vida deve piorar para 31% dos entrevistados, ante 17% no ano passado.
As previsões em torno de uma economia que será marcada em 2015 por ajustes, entre outras coisas, pelo aumento da taxa de desemprego, estão mudando o comportamento do consumidor em relação ao crédito. Pesquisa inédita que a Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi) e a TNS Brasil divulgaram ontem mostra que 76% de um universo de mil pessoas não estão propensos a contratar um financiamento.
Mas, se for para financiar um carro, a resposta é afirmativa para 51% dos entrevistados, mesmo índice do ano passado. Outros 22% disseram que poderiam contrair um empréstimo pessoal, contra 15% no ano passado, e apenas 8% informaram que poderão fazer empréstimo consignado este ano, comparativamente a 12% em 2014.
De acordo com o levantamento, a queda maior foi verificada na intenção de se conseguir crédito para compra de eletrodoméstico. Só 10% disseram na pesquisa que poderiam contrair uma dívida para esta finalidade ante 17% no ano passado. Também houve queda na intenção do consumidor em financiar a compra de um imóvel. O porcentual recuou para 55% de um índice de 61% em 2014.
As mil pessoas ouvidas na pesquisa têm idade entre 18 e 65 anos, sendo 54% mulheres e 46% homens. Além do crédito, o levantamento da Acrefi e da TNS apurou que 85% dos entrevistados pretendem mudar o padrão de consumo, passando a economizar mais em 2015. "Pensando na situação do Brasil em 2015, comparado ao ano passado, a percepção piorou em todos os itens", afirmam os responsáveis pela pesquisa.
Quando questionados sobre o que esperam em relação à oferta de crédito neste ano, 62% dos pesquisados disseram que acreditam numa piora, 26% que ficará igual e 12% esperam melhora. Sobre o que esperam do crescimento do País, 64% apostam na piora. No ano passado, nesta mesma época do ano, os que acreditavam na deterioração da economia representavam 31% do universo consultado.
Para 69%, o consumo das famílias apresentará piora neste ano e 80% contam com maior aumento da taxa de juros. O contingente de pessoas preocupadas com o futuro aumentou 21 pontos porcentuais, de 47% em 2014 para 68% neste ano. "A pergunta sobre como imagina a própria situação financeira em 2015 também mostrou piora em todos os campos, quando comparada com o ano passado", disseram os pesquisadores.
Em relação à situação financeira, a sensação de piora aumentou 19 pontos porcentuais, de 18% para 37% na passagem de 2014 para 2015. O padrão de vida deve piorar para 31% dos entrevistados, ante 17% no ano passado; a deterioração da capacidade de fazer compras para casa subiu de 23% para 41% e a capacidade de fazer investimentos como carro ou casa é o dado que mais chama a atenção, com 50% dos ouvidos dizendo que deve piorar.
Fonte: Folha de Londrina, 24 de abril de 2015; fetraconspar.org.br