O número de pais que se preocupam em passar lições para os filhos sobre como lidar com dinheiro cresceu neste ano de aperto econômico: 88% consideram essa atividade muito importante. O resultado ficou acima dos 76% que falaram isso no ano passado, mostra pesquisa da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) divulgada este mês. As lições envolvem até mesmo o presente de Dia da Criança. 

A recomendação aos pais é, se possível, não esperar a situação financeira da família apertar para, aí sim, começar a falar sobre dinheiro com os pequenos. "Nos momentos de crise todo mundo fica mais irritado, tenso. É ruim falar de dinheiro com a criança em um ambiente de desarmonia. O ideal é sempre tentar conversar quando a situação está melhor", avalia a educadora financeira especializada em crianças Cássia D’Aquino. 

De acordo com ela, há algumas dicas gerais para a família ensinar a criança a ganhar, poupar, gastar e doar dinheiro. Em primeiro lugar, vale muito o exemplo dos pais e familiares. Não adianta falar para a criança cuidar bem do dinheiro se a família gasta compulsivamente. 

Para programar a mesada, não é indicado atrelar o ganho a bom comportamento ou desempenho escolar da criança. "Associar dinheiro a afeto é equivocado. Educação financeira não é adestramento", diz Cássia. 

No lugar da mesada, a semanada é mais indicada para filhos de até 11 anos. "Longo prazo para a criança é sete dias", diz Rafael Seabra, especialista em finanças pessoais. Segundo ele, à medida que a criança cresce, responsabilidades financeiras podem ser atribuídas, como pagamento da própria conta de celular.


 


Fonte: Folha de Londrina, 13 de outubro de 2015fetraconspar.org.br