O consumidor jovem já representa 57% da movimentação financeira do País, com R$ 32 bilhões em poder de compra ao ano, o que faz com que o interesse das empresas se volte à análise do perfil do público de 17 a 30 anos. Como 68% deles ainda moram com os pais e 33% recebem mesada além de outros tipos de renda, é preciso superar a noção de que se trata de um público sem recursos para compras, conforme a quarta pesquisa Radar Jovem, relativa a 2014 e feita pela B2.
Somente para gastos pessoais, 48% dos jovens têm até R$ 500 disponíveis e um em cada quatro conta com mais de R$ 1 mil. Quando questionados sobre as cinco prioridades de compras, entretanto, as contas domésticas aparecem apenas na quinta colocação, com 46%. A liderança fica nos gastos com tarifas de serviços de telecomunicações (55%), como internet e telefone celular, seguida por transporte (53%), vestuário (48%) e supermercado (47%). Assim, segundo a pesquisa, as empresas precisam de estratégias de comunicação voltadas a esse público, porque há disposição para o consumo.
Sócia-diretora da B2, Viviane Rodriguez diz que existe um paradigma no mercado de que o consumidor somente se tornará rentável após os 30 anos, mas a pesquisa mostra que uma boa parcela da população abaixo dessa idade tem até R$ 1,5 mil ao mês para gastar. "As marcas precisam ter consciência maior disso, ou esse jovem vai passar direto pelo seu produto", conta.
No caso do vendedor Caíque Monteiro, de 22 anos, que divide uma casa com o irmão, as prioridades no orçamento são os pagamentos de água, energia, compras e só depois vestuário. "Mas já não dá para ficar sem WhatsApp e sem internet no mundo em que vivemos", diz.
Fonte: Folha de Londrina, 27 de outubro de 2015; fetraconspar.org.br