Investimentos, que haviam recuado 4% em 2012, cresceram 6,3%.
Produção de máquinas e equipamentos avançou 10,2%.
s programas de apoio ao investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os programas sociais do governo, além das reduções de IPI para os móveis fizeram dos investimentos o destaque do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2013, que cresceu 2,3%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A formação bruta de capital fixo, que representa os investimentos, cresceu 6,3% em relação a 2012 – naquele ano, houve recuo de 4%. O peso dos investimentos no PIB em 2013 foi de 18%.
"A grande diferença em relação a 2012 foi o desempenho dos investimentos, que tinham caído em 2012, contribuindo negativamente com o crescimento da economia. Em 2013, o investimento cresceu mais do que o consumo das famílias e contribuiu positivamente em 1,3 ponto percentual", disse a gerente da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca de la Rocque Pallis.
A variação no volume da produção de máquinas e equipamentos em 2013 foi de 10,2%, quando, em 2012, recuou 9%. Naquele ano, a produção de caminhões desacelerou devido às exigências de nova motorização; em 2013, o setor se recuperou, apoiado por incencivos oficiais, e impactou positivamente os investimentos.
O segmento de móveis, que também compõe a formação bruta de capital fixo, teve bom desempenho em 2013 ainda por conta da redução do IPI e apoiado por programas oficiais como Minha Casa Melhor. O Minha Casa Minha Vida também ajudou a construção, outro item que compõe a formação bruta de capital fixo, que avançou 2,3% em 2013. Em 2012, o avanço na construção foi de 1,9%.
"Em 2012, tivemos uma queda na produção interna de máquinas e equipamentos. Em 2013, ao contrário, a importação de máquinas e equipamentos subiu, assim como a produção interna. A indústria automobilística cresceu, principalmente pela parte de caminhões e ônibus", explicou.
Em 2012, por causa da necessidade de troca dos motores de caminhões para o modelo Euro 5 (menos poluente) houve uma redução na produção dos veículos.
"Mas em 2013 todas as fábricas voltaram a funcionar normalmente, aumentando a produção e a venda de caminhões, e impactando positivamente os investimentos", disse Rebeca.
Consumo das famílias
Apesar da recuperação dos investimentos, não foi esse o setor que puxou o avanço do PIB pela ótica da demanda: o consumo das famílias, que teve uma alta de 2,3% no décimo crescimento anual consecutivo, foi o item que mais pesou na composição do PIB: 62,5%. Os investimentos pesaram 18%.
O consumo das famílias, porém, vem perdendo o ritmo: em 2012, tinha avançado 3,1%. Naquele ano, o crescimento da massa salarial dos trabalhadores foi de 6,7%. Em 2013, a elevação da massa salarial real ficou em 2%, já mostrando sinais da pressão da inflação, que fechou o ano em 5,9%. Em 2012, o saldo de operações de crédito do sistema financeiro com recursos livres para as pessoas físicas avançou 14%; em 2013, o crescimento nominal foi de 8,5%.
Situação semelhante se aplica à agropecuária: a alta de 7%, a maior desde 1996, quando começou a pesquisa sobre as contas nacionais, foi destaque no PIB, mas não tem o peso do setor de serviços, que cresceu 2%. Enquanto a agropecuária em 2013 teve participação de 5,7% nas atividades econômicas do país, o setor de serviços representou 69,4%. Os serviços foram puxados principalmente pela área de telecomunicações e informática (alta de 5,3%).
Mesmo em ritmo menor, o consumo das famílias impactou de forma positiva os números da indústria, que cresceu 1,3% em 2013. A principal alta foi na produção e distribuição de eletricidade, gás e água, 2,9%, graças ao aumento do consumo residencial de energia.
A indústria de transformação e a construção civil aumentaram 1,9% cada uma. O destaque negativo foi a extrativa mineral, com recuo de 2,8%, por conta da baixa produção de minério de ferro em 2013.
Fonte: G1, 28 de fevereiro de 2014; fetraconspar.org.br