Ex-ministra da Casa Civil travou discussão no Senado com líder do PSDB.
De acordo com o IBGE, economia brasileira cresceu 2,3% em 2013.
Ex-ministra-chefe da Casa Civil, a senadoraGleisi Hoffmann (PT-PR), comemorou nesta quinta-feira (27), em discurso no plenário do Senado, o crescimento de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a parlamentar, “não há que se falar” em “pibinho” nem em “frustração”. A oposição criticou o resultado da expansão da economia no ano passado, classificado pelo PSDB como “medíocre”.
De acordo com o IBGE, a economia brasileiracresceu 2,3% em 2013, superior ao resultado de 1% do ano anterior. A alta teve forte influência do desempenho da agropecuária, que registrou expansão de 7% – a maior desde 1996.
Gleisi Hoffmann, que deixou o Palácio do Planalto no início do mês e reassumiu o mandato de senadora – ela é a provável candidata a governadora do Paraná pelo PT –, disse que o crescimento da economia brasileira foi maior que o dos Estados Unidos, do Reino Unido, do Japão e da Alemanha.
“Portanto, não há que se falar em ‘pibinho’, não há que se falar em frustração da economia, não há que se falar de problemas de que a economia entraria em uma recessão técnica”, disse a parlamentar em pronunciamento na tribuna do Senado.
O resultado da economia “surpreendeu o mercado”, segundo Gleisi Hoffmann, porque foi maior do que “os pessimistas de plantão estavam prevendo”. “Não tivemos dois trimestres consecutivos de queda no PIB, como muitos previam, acreditavam ou até queriam”, afirmou.
A declaração da ex-auxiliar da presidente Dilma Rousseff foi contestada pelo líder do PSDB, senador Aloysio Nunes (SP). O senador travou discussão com Gleisi dentro do plenário ao dizer que os governistas “se arvoram em psicólogos” ao falarem em “pessimistas”.
“No tempo do regime militar, falavam que os opositores eram impatrióticos. Agora, eles são pessimistas. É uma análise psicológica da crítica”, observou o senador, que também classificou de “medíocre” o resultado do PIB.
“Continuamos na rabeira do crescimento da América Latina. Só a Venezuela, que é um caos completo, cresceu menos que o Brasil”, afirmou.
Gleisi Hoffmann respondeu dizendo que o governo não tem “medo de críticas”. “O que nós nos ressentimos é quando há uma vontade de que as coisas deem erradas”.
Nesse momento, Aloysio Nunes interrompeu a senadora: “A senhora não bate uma radiografia da minha mente. Como eu tenho vontade de que a coisa dê errado, senadora? Onde já se viu isso?", questionou. "Estou falando no genérico”, justificou a senadora.
Outros oposicionistas também se manifestaram sobre o resultado da economia. Em nota, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, senador Aécio Neves (MG), disse que “o comportamento do PIB nacional não representa uma efetiva recuperação ou retomada do crescimento da economia brasileira e continua sendo, no acumulado dos últimos três anos, o menor entre as principais economias emergentes”.
Para o líder do DEM, senador José Agripino (RN), “o que os números traduzem de forma clara é a constatação de que o governo Dilma falhou”.
Na Câmara, o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), disse que o PIB de fato cresceu “aquém” do desejado, mas subiu de forma mais equitativa na comparação com anos anteriores.
“Independente do PIB crescer muito pouco, qual é a grande diferença básica neste momento? Teve uma fase, [crescimento] de 6%, que crescia para os ricos, não crescia para os pobres”, declarou.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), classificou o resultado, por meio de nota, como sofrível.
“Qual é a fotografia do governo Dilma? Pibinhos, inflação acima da meta, taxa de juros com aumentos sucessivos, contas externas deterioradas, credibilidade em baixa” disse o tucano.
Fonte: G1, 28 de fevereiro de 2014;fetraconspar.org.br